Escrevo-te porque me sinto aliviado, a tua presença embora encantadora tornou-se insuportável, incomportável. Não que não goste de te ter perto de mim, nada disso, mas tal como um silêncio pode ser ensurdecedor, tambem a tua presença se torna esgotante. Estou agastado, desgastado, cansado e mais pobre agora que te foste. É facto que ajudas os que te rodeiam a tornarem-se mais fortes com a tua presença, o teu lado humilde, carinhoso, meigo, é algo que aprecio e respeito muito. Sim, porque eu tenho por ti um profundo respeito e admiração que jamais se apagarão da minha mente e do meu peito. Assim como não se apagam de mim as coisas que no passado ocultaste, nem o dinheiro que me custaste. Sei que não exiges nada, todos sabemos isso, mas tb sabemos que a excentricidade para alguem que está na tua posição é algo natural, algo que não se recusa mas que tambem não se exige. Aliás esse teu lado indiferente confunde-se muitas vezes com humildade. Lembras-te daquele quarto simples onde chegaste, que só tinha uma cama e um pequeno móvel? Não exigiste nada. Apenas bastou que dissesses que adoravas quadros de arte contemporanea e num segundo....voilá, o quadro apareceu quarto.
É esse poder quase mágico que tens e que me assusta, esse dom que apenas alguns possuem.
Lembras-te dos passeios em carros de luxo? Dos helicopteros? Dos aviões? Lembraste do microfone coberto de ouro? Sim eu lembro-me. Tal como não esqueço o que és e o que representas, a importância que tens para muitos, tambem não esqueço o que custas a muita gente. És alguem que me tira do sério quando me pedes para ser humilde e vives num luxo asiático. Talvez por isso aceite que partas, sim aceito e estou conformado coma tua partida, sei que não esqueçes a tua vinda até mim, meu pobre Ratzinger. Ou devo dizer...Bento? Ou Sua Santidade? Não podia deixar de Te dedicar este post e quero que saibas que te respeito e admiro, até mesmo que te invejo. Gostei muito deste bocadinho, especialmente porque foi breve. Os contribuintes Portugueses tambem agradeçem por certo. É que receber visitas em casa quando se está teso e temos que pedir emprestado ao vizinho para pagar a festarola, não está certo. Ai não está não.
P.S. Podes emprestar o Papamóvel? É que o meu Papámóvel já quase não dá para levar os miudos ao colégio de tão velho. Quando chegares a Roma manda saudades, que, aposto, é coisa que deixas por cá.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
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Boa noite,
ResponderEliminarInteressante este seu "post" acerca da visita de Sua Santidade ao nosso País. De facto, parece-me que a religião ainda incomoda muita gente e continua a suscitar algumas dúvidas. Fiquei sem perceber se a visita do Papa o incomoda em termos financeiros ou espirituais. Fique sabendo que numa época de crise de valores ( sim, não falo na crise financeira pois dessa não me apercebo que vá assim tão mal) é fundamental reforçar o papel da Igreja na sociedade e na família. Fique sabendo também que é na sua geração que se nota o total desprendimento dos valores a transmitir aos filhos e que só lhe fazia bem levar os filhotes (caso os tenha)à missa e no mínimo inscreve-los nos Escuteiros. Aprendendo, assim, a levar a sério o respeito e amor pelo próximo, espírito de entreajuda, fé e compaixão.. Porque o que falta a este País, meu caro, é sobretudo a FÉ!!!!